Palavras chatas de ler, pra descrever coisas comuns

Quando é que vão se calar
Os sonhos insistentes
E os filmes sobre a mente
Sobre a gente se mandar daqui
Pra uma praia linda
Pra droga de uma ilha deserta
Quando é que vão calar a boca
Os poemas sorrateiros
Ligeiros rios forasteiros
Que tentam
E tentam
Subestimar a minha mente
Com dizeres apaixonados
Por tanto,
Furados.

Essas pessoas carentes
Essas vítimas da vida
Sendo a vida um acidente
Quando é que vão parar de gritar a Deus
Socorro e Obrigado
Desculpas e migalhas.

Quando é que vão parar de me empurrar
Esse monte de palavras eloqüentes
Displicentes
Improváveis
Descartáveis
Irritantes
Essas trilhas sonoras clementes
Veneta moral
Por tristeza
Por choro e esperança.

Quando essa droga de mentira
Vai parar de passar
E tentar me atingir
Com seu golpe fraco,
Técnico,
Audacioso.

Eu penso,
Que saco,
Essa sensação fugaz
A mim não importa
Cigarros e vinho não me bastam
Não me confortam
E nem me orgulham
São pra quem está machucado.

Dentro desse linguajar pedante
Desse texto tênue
Dispenso de toda essa formalidade para com meus sentimentos.

Quero ser direta
Objetiva
Informal
Ignorar o literal.

Me sinto bastante acomodada aqui dentro,
Fora de mim
E isso é ingerido como pró-lingual.