O dia em que roubaram minha Magrela

Embora tentando ser sempre atual, me vejo 99% do tempo, atrasada.


Lá fui eu, com essa saúde de deus, que o tal do Seu Endocrinologista implora pra que pese menos.
Peguei minha magrela, que desde janeiro não era usada e tava lá, no quartinho do Otto, encostada na estante de livros, mas que na verdade não suporta livro algum.


Faltavam -5min pra minha aula. E hoje era o grande dia. Era o dia de encarar de frente a Great Gig in Sky. Eu e a minha bike [ ;) ]. A minha bike, mais pesada do que puxar caminhão de biscoito em Gincana da Cidade. Mesmo nas descidas, não dava um desconto.
Perguntei pro meu professor se eu podia colocar a... Vamos colocar um nome na bicicleta... A... Fitz! A Fitz!
Perguntei pro meu professor se eu podia colocar a Fitz dentro da sala. Ele disse que não. [Óhh]
To brincando, ele me me emprestou um cadeado e uma corrente e disse pra eu prender ela na lixeira da frente. Daí eu fui... Nunca paro a bicicleta em algum lugar pra ir fazer alguma coisa. Mas fui... E pensei: "Vão roubar minha magrela, e é sobre isso que eu vou escrever hoje!"...


Fiquei lá, lutando com Seu Gilmour e seus acordes perfeitamente efetuados. Dá uma coisa... Que é uma coisa dessas... Ãããi...
E depois de muita alegria e dor nas costas e nos dedos, e suando de ter guiado aquela coisa, pesada que nem levantar Fusca pra salvar criança; acompanhei a música! Uhul! Tá, ninguém tá interessado nisso... Na verdade ninguém lê isso aqui... Só meu broto. [Oi broto!] ...Tão interessados mesmo em saber como diabos minha bicicletinha Fitz foi levada... E qual foi a minha reação.


Tava lá... Tentando e tentando e me dando bem, quando já haviam se passado quase duas horas! [Óhh]
E eu juntei minhas coisas, peguei a chave do cadeado emprestado... E fui em direção a porta... Abri a porta, atravessei a rua e:


TANAAAAAN! Tava tudinho alí! Ô, mas que beleza! Até o assento, que tu tira fácil fácil. Tão fácil quanto a nova lei ortográfica, hihihihiihi!. (Eu não acredito que eu escrevi isso).
Ah né?! Queria desgraça! Queria que me tivessem roubado a Fitz. Mas não... Aparentemente não tem sempre alguém de olho pra pegar o que é nosso.

Meu professor começou a conversar sobre essas pessoas que só conseguem fazer música sob a ingestão de alguma coisa química que altere seu estado natural... Que isso é ruim. Concordei... Alguns caras que usam drogas são bons, e alguns que não usam também... Mas esses que usam drogas, se em estado de abstinência, o que criam?!


Tanto faz. Eu tinha que voltar pra casa, pedalando na carroça Fitz... Ia me desidratar mais uma vez.


Meu professor me olhou com uma cara muito esquisita e disse... "Teu peneu tá murcho."


AH! Mas é bem capaz que eu ia suar tudo isso pra escrever uma historinha triste! Fui alí dobrando, no Seu Borracheiro, calibrei a máquina e me mandei!
Eu e Fitz, no tráfego calmo, chegamos em casa dois minutos antes da chuva começar a cair.