Quando acordar


Talvez se voltássemos
Eu e eu mesma
A amar as pessoas
E os cães e as coisas
Sem cartas
Sem flores
Sem pedidos nem notas
Sem idades
Sem carros nas ruas
Girando soltas
Feito pipas amarradas a nuvens
Conseguíssemos
Sem perdas nem ganhos
Sem pedras de ouro
Sem olhos castanhos
Sem medo e sem vinho
Sem sonhos contidos
Dentro das garrafas de vidro
Que lutam comigo
E descansam na minha língua
Impetuosas cínicas e verdadeiras,
De orgulho a orgulho
Venceríamos o medo
De crescermos e sermos
Obra não finalizada
Uma da outra